musica

http://www.goear.com/listen/86b23e5/far-away-dishwalla

ALZHEIMER POEMAS E REFLEXÇÃO

http://www.globalcharter.org/

OBRIGADO PELA SUA VISITA DEIXE AQUI SUA FRASE OU MENSAGEM PARA OS CUIDADORES

segunda-feira, 10 de maio de 2010

DEPOIMENTO




A CADA DIA AO LADO DE MINHA MÃE PROCURO VIVER O MÁXIMO TODOS OS MOMENTOS: BRINCANDO E DANDO-LHE O MAXIMO DE CARINHO.


ELA CHEGOU NUM ESTÁGIO ONDE TEM LAPSOS DE ESQUECIMENTO:


NÃO ME CONHECE E NEM OUTRAS PESSOAS DA FAMILIA TEMO QUE UM DIA ESTE ESQUECIMENTO FOR TOTAL.


O PACIENTE DE ALZHEIMER NÃO VAI MORRENDO, SÃO AS PESSOAS E AS COISAS QUE VÃO SE ACABANDO PARA ELES.


SINTO QUE SOU EU QUE ESTOU MORRENDO DE FORMA QUE VAI CHEGAR UM DIA EM QUE TEREI MÃE, MAIS ELA NÃO TERA MAIS FILHA...


...TALVEZ UMA AMIGA...



A DOR DO FILHO(A) QUE CUIDA DE UM PORTADOR DE DEMENCIA É REALMENTE INTENSA! A "INVERSÃO DE PAPEIS" , OU SEJÁ, QUANDO O FILHOPASSA A ESCERCER O PAPEL DE PAI , ,OU FILHA O PAPEL DA MÃE DA PROPRIA MÃE É UMA DAS VÁRIAS SITUAÇÕES QUE OCORREM DURANTE O PROCESSO DE DETERMINAÇO~ES DA DOENÇA.

O APOIO DOS CENTROS DE REFERÊNCIA DE PORTADORES DA DEMENCIA PRESENTES EM VARIAS CIDADES DO PAÍS, BEM COMO, A PSICOTERAPIA FAMILIAR/ INDIVIDUAL PODEM FAVORECER A COMPRENSÃO DOS FENÔMENOS DECORRENTES DA DOENÇA E MANEIRAS DE COMO LIDAR COM ELA.

SÓ SEI DIZER PARA VCS. QUE CUIDEM DE SEUS PAIS APROVEITAM CADA MINUTO DA VIDA DELES E FAÇAM TUDO QUE NÃO PUDER ATÉ O IMPOSSIVEL POIS O POSSIVELJÁ SEI QUE VCS. ESTÃO FAZENDO E OS AMEM CADA MINUTO, CADA SEGUNDO E A CADA INSTANTE POIS ELES SE VÃO E NOS DEIXAM.

E COM TUDO ISSO APRENDI A AMAR E SEI QUE SOU AMADA.

4 comentários:

  1. SER CUIDADOR DE UM POTADOR DE (DA) É UMA TAREFA QUE REQUER MUITAS HABILIDADES.
    PORÉM, QUANDO APRENDEMOS A NOS INDENTIFICAR COM OS SENTIMENTOS DO PORTADOR PASSA A HAVER UMA TROCA DE INFORMAÇÕES, ATÉ MESMO UMA CUMPLICIDADE,MESMO SE O USO DA COMUNICAÇÃO VERBAL.
    COMO CUIDADORA DA MINHA MÃE, APRENDI A LER SUA FISIONOMIA , PRINCIPALMENTE ATRAVÉS DO SEU OLHAR E PROCURO FAZER COM QUE ELA SE SINTA AMADA.
    TENHO PROFUNDO RESPEITO PELO QUE ELA JÁ FOI E SINTO MUITA TRISTEZA AO VÊ-LA TÃO LIMITADA.
    MESMO COM TODAS AS ADVERSIDADES QUE UMA SITUAÇÃO DESTAS ACARRETA, SINTO-ME FELIZ POR TER O PREVILÉGIO DE ESTAR MAIS TEMPO EM SUA COMPANHIA.
    ISSO PARA MIM É MUITO GRATIFICANTE. TE AMO MÃE

    ResponderExcluir
  2. VOCÊ TEM UM PLANO B?
    Preparamo-nos uma vida toda para sermos felizes, mas não para as adversidades. Só quando elas chegam e não existe um plano alternativo, começam os desesperos, a angústia, a falta de paciência, a falta de amor, a necessidade de viver e ser feliz. Será que para sermos felizes há necessidade de se afastar pessoas de nossa convivência? Há necessidade de se sobrepor aos valores individuais do outro? Há necessidade de autoflagelo? Há necessidade de se viver em constante estado de alegria? Há necessidade de uma busca de um ideal utópico?
    Ontem fui a uma festa de aniversário e, como sempre, levo minha (com Alzheimer) comigo. Não tenho vergonha de seus modos pouco elegantes, de seu mastigar barulhento por causa da dentadura, de seu olhar vago e distante, de seu silêncio quase acusador, na maioria das vezes, porque minha consciência está tranquila. Faço tudo ao meu alcance para que ela tenha a sua sociabilidade e dignidade respeitadas. Sinto um orgulho enorme, uma felicidade irradiante quando alguém a cumprimenta com um abraço e um beijo e ela retribui e esboça aquele sorriso bonito. Vejo sua alegria quando alguém dirige uma palavra a ela, mesmo que ela não tenha entendido nada do que a pessoa perguntou ou falou. É o que classifico como “Chama de Vida”, pois acende o seu olhar e um brilho alegre aparece.
    E, como sempre, os mais incautos e despreparados se perturbam com sua presença e começam a fazer perguntas sobre ela, como se ela não sentisse nada. Eu, por princípio e respeito não gosto de ficar comentando em sua presença. Sinto que ela fica triste, mesmo sabendo que dificilmente está acompanhando o raciocínio, mas tem momentos, que até conto, como se tivesse contando de outra pessoa.
    Estou relatando tudo isto porque um fato me chamou a atenção. Estava lá, uma senhora de seus 82 anos, portanto três anos mais nova que minha mãe, super lúcida e que aparentava ter uns 65 anos. Ela, vendo minha mãe, veio me contar que sua mãe estava com 103 anos e também estava com Alzheimer.

    ResponderExcluir
  3. Fiquei maravilhada com sua desenvoltura e com o fato de ter mãe com aquela idade. Conversamos um pouco e perguntei se tinha deixado a mãe com alguém da família, em casa. Qual não foi minha surpresa com a resposta: “Depois que um dia tive problemas para trocar minha mãe, por causa de minha coluna e idade, internei-a numa casa de repouso porque PRECISO ME GOSTAR. Estou viúva, com um filho de 62 anos diabético que precisa de meus cuidados e eu não dava mais conta de cuidar dos dois.” Que escolha meu Deus!
    Fiquei sem reação, sem saber o que falar na hora. Fiquei, em silêncio, apenas ouvindo o relato. Pude perceber que mais parecia uma justificativa para sua alegria de poder sair sozinha, ser livre. Ela continuou falando e contando a sua história. Aquela expressão: preciso me gostar, ficou em minha mente o tempo todo. Voltei para casa, pus minha mãe pra dormir, fui me deitar também e a frase continuava em minha mente. Por que será que a expressão foi tão forte? Será que, porque sou cuidadora de minha mãe, não posso me gostar? Que coisa estranha! Será que tenho que afastar de mim a pessoa que só me deu amor uma vida toda para poder me gostar?
    Fiquei pensando e me veio à mente: FAMÍLIA. O que é família? Não é uma comunidade de pessoas, um lar, uma convivência, um relacionamento com comunicação entre os membros? Não é uma comunidade de vida, de amor, onde, entre outras funções, não se conjuga e experimenta a fraternidade, a sociabilidade, o diálogo, o perdão, a oração e a ternura entre seus membros? Então, onde haverá ternura se não há convívio? Os filhos não são os colaboradores de Deus e benfeitores da família? Ou será que família é só para os momentos bons, enquanto estamos todos saudáveis. Não julgo as suas razões, mas houve uma escolha e um descarte.

    ResponderExcluir
  4. Será que aquela manifestação toda de alegria, de louvor a Deus (porque o que não faltou naquela conversa, foi o nome de Deus a todo o momento), de justificativas eram alguma pontinha de arrependimento, ou de consciência tranqüila, por estar praticando a religião com outras pessoas?
    Nessas horas é que temos que ter o plano B. Não tenho mais idade, não tenho saúde. O que fazer? Levar para longe ou trazer alguém para auxiliar? Não estou julgando ninguém, mas me vi com a necessidade de preparar um plano B para que não se tire a dignidade de minha mãe, se algo me acontecer e eu não puder atender. Ninguém sabe como será o amanhã. Sabemos que a consangüinidade nem sempre representa o elo da família. Família também pode ser uma comunidade onde os membros dão o apoio moral, espiritual, possibilitando a releitura de valores. Sabemos que os seres humanos precisam de cuidados básicos, de afeto, de carinho, da presença, da fé de seus membros, pois todo o sistema que pretende servir ao bem do outro, não pode prescindir da família, seja ela de consangüinidade ou não. E aqui me refiro a alguém que seja convidado a vir participar, auxiliar, mesmo que não seja consangüíneo. Esse é meu plano B.
    Refleti sobre tudo isso porque também sou a única filha e cuidadora. E se eu não puder mais cuidar? Preciso de um plano B preparado, se eu ainda estiver lúcida para decidir.

    ResponderExcluir